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segunda-feira, fevereiro 09, 2015

Análise: Yaiba Ninja Gaiden Z


Um jogo de ninjas, zombies e robôs
Lançado em Março do ano passado e publicado pela Tecmo Koei, este jogo de hack and slash é um spin-off da série Ninja Gaiden onde o protagonista é Yaiba, um inimigo do herói da série principal, Ryu Hayabusa. O desenvolvimento está atribuído a 3 estúdios, a Team Ninja (responsável pelo franchise), Spark Unlimited e Comcept. Sendo um dos produtores do jogo, Keiji Inafune, um veterano da companhia e sendo esta uma série tão notoriamente conhecida como Ninja Gaiden, a qualidade do jogo estaria assegurada, não?


A vingança ultrapassa a morte
Como foi mencionado em cima, a história foca-se em Yaiba Kamikaze, que é visto no início do jogo a lutar com Ryu Hayabusa e a sofrer uma morte bastante brutal às mãos do mesmo. A história do jogo em si começa com Yaiba a acordar e a descobrir que este foi ressuscitado como um cyborg ao abrigo de uma companhia de forma a controlar um surto de zombies e a perseguir Ryu, o qual está a arruinar os planos dessa mesma companhia. Yaiba sendo Yaiba, está-se nas tintas para os planos da empresa e deseja simplesmente vingar a sua morte e matar Ryu.
A história em si não é nada demais, é decente para entreter uma pessoa sem grandes surpresas mas não é obviamente o foco e até é bastante curta. Mesmo assim, para algumas pessoas, certas piadas talvez possam ser um pouco inapropriadas. Mas eu até gostei das piadas que envolviam os zombies estúpidos. Os atores fazem o mínimo com o que lhes foi dado, resultando numa experiência bastante meh.


Um corte aqui, um zombie ali
O gameplay é do estilo hack and slash. No que toca ao combate, Yaiba tem 3 ataques possíveis, com os quais pode fazer combinações. Um ataque rápido com a sua espada, um ataque mais lento mas mais forte com o seu punho metálico e uma espécie de corrente para ataques para áreas maiores à sua volta, todos este mapeados a 3 botões separados. Os ataques e os combos estão bem fluidos e variados, por isso o atacar em si satisfaz bastante bem. No que toca ao botão de defesa, muitas vezes não é muito prestável, pois muitos ataques conseguem quebrá-lo. Em relação à esquiva, tem um minúsculo atraso que estraga muitas vezes a vida, e a forma como está desenhado faz com que seja possível ficar preso nos inimigos. Ora, num jogo onde várias vezes lutamos com ondas de zombies, esta situação não é muito… agradável. Em termos de saltos, só se o nível quiser, pois estes são muito automáticos, normalmente para avançar de área para área faz-se através de um sequência de botões que torna alguns níveis repetitivos e aborrecidos.
A exploração é bastante reduzida, dado os níveis sofrerem do problema mencionado acima, esta não tem muito foco. Se bem que algumas vezes é preciso usar os diferentes tipos de zombies para avançar no nível resolvendo um pequeno puzzle, mas estes momentos são curtos e espaçados.
E já que falamos nos zombies, os inimigos focam-se em vários tipos como zombies em fogo e outros elétricos, etc. Dentro destes existem uns mais fortes e outros mais fracos, a variedade de inimigos é decente, mas mais para a frente eles abusam no número de zombies fortes o que torna o final do jogo bastante frustrante. Os bosses não são nada de especial, e o seu número é bastante pequeno, mas a forma como estão criados com padrões não muito fáceis de perceber e com ataques baixos torna estas lutas mais às vezes uma questão de sorte do que outra coisa, o que é bastante irritante. Ah, e estejam preparados para ver o ecrã de loading muitas vezes.
Um sistema de evolução também está implementado para evoluir Yaiba ao longo do tempo, mas este está pouco explorado sendo bastante básico. Em certas alturas também é possível usar armas opcionais que são arrancadas dos zombies. Muitas conseguem ser úteis para derrotar ondas de zombies, mas mesmo no final do jogo nem estas armas o são. Para acabar, o personagem ainda tem um modo especial que supostamente deveria levar tudo à frente nas batalhas, mas chega a um ponto onde este fica demasiado curto e não chega para o número de inimigos no ecrã.


Uma visão zombificada
O aspeto visual do jogo tenta relembrar o de uma banda desenhada e até faz um bom trabalho nisso, se bem que o uso de algumas cores poderia ser melhor. Mas em termos de gráficos em si está um pouco atrás, quando pensamos que foi lançado em 2014. O pior aspeto gráfico do jogo é que o personagem não se destaca o suficiente no meio da ação, o que nos faz perdê-lo de vista algumas vezes a meio da luta, e isto fica ainda pior quando se tem pouca vida dado que tudo fica numa escala de cinzento.
Em termos de música, esta está decente. Existem uma ou outra música boa, mas ao todo deixa um pouco a desejar.


Alguns mortos deviam ficar enterrados
Yaiba parece um resultado de uma experiência falhada, para mim era um jogo que tinha potencial se não sofresse de tantos pequenos problemas e de um design de níveis tão aborrecido. Seria de pensar que um veterano da indústria como Keiji Inafune não deixaria certas coisas passar, como estas. Enfim, no final temos um jogo que tem uma história fraca, um gameplay que só às vezes é divertido e consegue frustrar bastante no seu pior, a acrescentar um aspeto decente com alguns problemas.
No final, não consigo facilmente recomendar este jogo a muitas pessoas, só possivelmente as pessoas que gostem do estilo hack and slash e mesmo assim com muito cuidado e sem grandes expectativas.

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