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sexta-feira, agosto 29, 2014

Análise: Sengoku Basara Samurai Heroes

Analisado por: Redhellc


A sequela que não é sequela 
Depois da tentativa falhada da Capcom de trazer o franchise com o jogo Devil Kings, esta tentou trazer o mesmo de volta, desta vez na sua forma original como um novo jogo. Sengoku Basara: Samurai Heroes é o terceiro jogo no franchise e saiu para a PS3 e Wii em 2010. Ou seja, temos um salto de um jogo, pois o segundo ainda não viu um lançamento deste lado. 
O jogo segue a mesma base que o primeiro, mas agora com uma versão mais próxima da originalapenas com a tradução da língua mantendo tudo o resto. A diferença entre as duas versões das consolas é só na fidelidade gráfica, sendo conteúdo do jogo o mesmo.  


Um país dividido em dois 
Ao contrário do primeiro jogo, este contém uma história mais ou menos comum a todas as personagens ao mesmo tempo que cada uma tem também a sua. A história principal segue dois personagens, Ieyasu Tokugawa e Ishida Mitsunari. Ambos eram generais ao serviço de Toyotomi Hideyoshi que queria unificar todo o Japão usando a força para o conseguir. Ieyasu partilhava o mesmo objetivo que Toyotomi, mas não concordava em usar a força dado que acreditava mais em criar laços com os inimigos. Este facto fez com que Ieyasu se virasse contra Toyotomi, acabando por matar o mesmo. Ishida, tendo sido acolhido por Toyotomi quando novo, vivia apenas para o seu senhor e declarou vingança contra Ieyasu, quem considerava seu amigo. A história segue estes dois guerreiros enquanto cada um forma o seu próprio exercito de lados opostos do país terminando numa batalha decisiva entre os dois. 
A história está um pouco mais trabalhada neste jogo, com inúmeros personagens e caminhos para escolher dentro da premissa comum. Estas têm diferentes rotas de acordo com as batalhas que se escolher o que dá um tamanho bastante grande à história. Cada personagem tem os seus desafios e desenvolvimentos, fazendo-nos querer avançar na história. Algumas são um pouco mais simples e mais para a comédia, mas outras são bastante sérias o que dá para um bom equilíbrio a esse nível. 
A tradução do jogo está a um muito bom nível, ao contrário do seu antecessor. O texto segue a história original e as vozes estão numa qualidade bastante alta. Mesmo que preferisse as vozes originais tenho que dar crédito onde é devido e os atores deste jogo fazem um bom trabalho. 


Conquistando novas batalhas com estilo 
O estilo de gameplay deste jogo é mais ou menos o mesmo. Em termos dos objetivos, são na mesma ir conquistando o campo de batalha dilacerando inimigos até chegarmos ao oponente final, a diferença é aquilo que os níveis oferecem em termos de obstáculos que é muito mais variado com outro jogo. Chegamos ao ponto de haver zonas secretas no mapa e até mini-bosses para derrotar, o que torna o jogo sem dúvida mais divertido. Isto sem contar com o número de batalhas e o quão diferentes estas são umas das outras, até ao ponto onde alguns obstáculos do nível são opcionais e alguns definidos pelas escolhas que fizemos na rota, a diversidade do jogo é bastante boa. 
Em termos de controlo das personagens, agora temos apenas um botão para ataques normais, mas que consegue fazer combinações com os quatro ou mais ataques especiais que temos à nossa disposição. Diferentes personagens vão ter diferentes combinações de ataques, o que as torna personagens distintas umas das outras. O sistema de evolução também é bastante bom, desbloqueando diferentes ataques especiais e evoluindo não só a vida do personagem em si mas também esses mesmo ataques para efeitos mais poderosos. Os outros stats são modificados pelas diferentes armas e acessórios que podemos equipar, o que também vão evoluindo ao longo do tempo. Enfim, é mais ou menos o mesmo sistema que o primeiro jogo usa mas agora mais aperfeiçoado.  
Ainda temos mais um diferente modo de jogo que nos deixa entrar numa batalha específica e ainda o facto do modo principal ser totalmente jogável em co-op, que funciona bastante bem e é divertido. 
A dificuldade do jogo é agora mais equilibrada, o que torna o jogo mais acessível. A opção para uma dificuldade mais difícil ainda está disponível, obviamente, mas umas opções mais acessíveis são sempre melhores para quem nunca jogou um jogo do género. Este também faz um muito melhor trabalho a explicar o que se tem de fazer numa batalha específica ou os próprios controlos do personagem, sendo um salto bastante grande comparado com o outro jogo. 


O ambiente de um campo de guerra 
Tenho que dizer que a versão que experimentei do jogo foi a da Nintendo Wii por isso o que diga referente a gráficos do jogo aplica-se a esta versão. E posso dizer que são bastante bons para a consola, não levam esta ao limite, mas são bastante agradáveis. Claro que o estilo de escolha, parecido com anime, ajuda e claramente assenta bem ao jogo. Gosto especialmente que este jogo não tem medo de usar cores e usa uma grande variedade delas, dando um boa vida e bons contrastes ao jogo. 
Em termos de cutscenes, estas foram um pouco encurtadas em números, mas a qualidade de CGI delas está, como os gráficos, bastante boa. Ou seja, a nível de aspeto pode-se dizer que no geral é agradavelmente bom, sem quebrar barreiras. 
Em relação à música, esta também recebeu um bom upgrade, não só em termos de qualidade, mas também em variedade. Não desgosto de nenhuma em particular, aprecio toda a banda sonora em geral, especialmente no meio de batalhas, e até umas quantas que me ficaram mesmo no ouvido. Também aprecio o detalhe da tradução do tema principal do jogo continuar com aquele feel japonês.


Let’s Party 
Sengoku Basara: Samurai Heroes está uns bons passos largos à frente do seu antecessor. Contém uma história interessante e cheia de conteúdo, um gameplay divertido e viciante, com uma apresentação agradável. Não preciso de dizer muito mais para perceberem que este é um bom jogo. Eu consigo aconselha-lo mesmo para quem nunca jogou nenhum jogo deste estilo, e para quem quiser experimentar o franchise, este é o jogo indicado.  
Infelizmente, conhecendo a Capcom, muito dificilmente veremos outro jogo deste franchise deste lado, visto que a companhia gosta de colocar as espetativas de venda de certos jogo estupidamente altas sem sentido. Enfim, ficamos por agora com uma boa experiência do franchise deste lado e com uma pequena esperança de um possível lançamento do novo jogo que saiu este ano no Japão.

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