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domingo, abril 12, 2015

Análise: Castlevania Aria of Sorrow


Bem-vindos ao futuro
Para última análise deste “mês” de Castlevania, deixamos o reboot para trás e voltamos a focar-nos na série original com o último jogo lançado para o GBA, Aria of Sorrow. Este foi lançado originalmente em 2003, desenvolvido pela mesma equipa que jogos anteriores e publicado, obviamente, pela Konami. Este, no entanto, é diferente no que toca ao seu cenário, dado que é o primeiro do franchise a passar-se no futuro, mais especificamente no ano 2035, a não ser que estejam a ler isto em 2035 o que significaria que se passa no presente... Certo, vamos mas é avançar para a história.


Um castelo eclipsado
A história começa com o protagonista, Soma Cruz, e a sua amiga Mina Hakuba que se encontram no templo Hakuba para observar o eclipse que está prestes a ocorrer. Sem explicação, ambos são puxados para dentro do eclipse (não pensem muito sobre isto) e acordam dentro do castelo mais conhecido do franchise. Dentro de momentos um personagem, de nome Genya Arikado, informa que se encontram no castelo de Drácula, mas este não é bem o castelo da realidade que conhecem pois este existe apenas no mundo espiritual. A razão disto é porque Drácula foi morto em 1999 e o seu poder foi selado dentro do eclipse, e esse poder agora ficará para aquele que estiver destinado a reencarnar Drácula. Soma é então atacado por um bando de monstros onde demonstra uma habilidade de absorver almas. Depois desta descoberta, este expressa obviamente o seu desejo de sair do castelo juntamente com a sua amiga. Arikado então informa-os que a única forma de sair do castelo é indo até á sala mestre do castelo, começando assim a busca de Soma por Castlevania.
No que toca à história, mesmo que alguns conceitos sejam um pouco absurdos, a mesma está bem conseguida. Os personagens são bastantes carismáticos e a evolução de Soma como personagem é notável. Gosto bastante dos detalhes, como a seguir a certos eventos na história se nos dermos ao trabalho de ir ter com alguns personagens no castelo, os mesmos reagem em relação a esse evento. As reviravoltas no enredo são interessantes e impulsionam a jogar mais, nada mal quando pensamos que estamos a falar de um Castlevania. Se bem que tenho pena que um cenário do futuro não seja mais explorado, em vez de um estilo mais tradicional do franchise.


Explorando mais um castelo
Tal como o antecessor, Harmony of Dissonance, usa o mesmo gameplay mais conhecido do franchise com algumas alterações. Como não estamos a controlar um Belmont, Soma tem acesso a vários tipos de armas que dá uma maior diversidade ao combate. No que toca à manobrabilidade do personagem, esta mantém-se intacta, com a exceção que voltamos apenas a ter, naturalmente, um backdash e não um ou dois dashes para ambas as direções como tínhamos no jogo anterior. O equipamento continua mais ou menos limitado como o seu antecessor, mas desta vez não é só equipamento que altera o personagem. Para este jogo, temos também a mecânica de absorver almas de inimigos que nos dão diferentes efeitos, ataques ou manobras dependendo do inimigo ou boss. É muito agradável experimentar as diferentes combinações de almas, só é pena que algumas áreas do castelo obrigam a trocar de almas mais vezes do que gostava.
Em termos de inimigos, o castelo está, como normalmente, cheio deles e de uma variedade bastante interessante. Os bosses são também em grande número e bastante entusiasmantes, então alguns para o final estão mesmo bons. É preciso dizer também que o jogo é um pouco mais desafiante que o anterior, mesmo com Soma bem evoluído é preciso aprender a combater bem certos bosses e inimigos se não quisermos ser esfolados, queimados, obliterados, etc.
Na verdade, o fator que mencionei acima é uma das maiores razões que estende o tempo de jogo, pois em termos de tamanho o jogo é mais pequeno que os seus antecessores, com apenas um castelo. No entanto, não temos uma forma de um castelo “cópia” a aumentar o tempo de jogo, assim todas as áreas a explorar são totalmente novas, diminuindo a possibilidade de aborrecimento ainda mais. Aliás, todas a áreas oferecem os seus próprios desafios e têm um level design que obriga a um bom uso das habilidades de Soma, que até às vezes pode estar ao critério do jogador. Como tal, faz também a exploração bastante agradável e acessível.


Um futuro bastante familiar
Os gráficos do jogo, sendo para o GBA, estão bons, efeitos agradáveis e boas animações tanto nos personagens como nos inimigos. Em nenhuma altura o jogo parece feio ou aborrecido, criando uma boa e diversificada atmosfera toda dentro do mesmo castelo. Se bem que o facto de se encontrar no futuro não significa nada no que toca a visuais, pois para além dos personagens praticamente tudo em Castlevania é o típico aspeto da série.
Ao entrar no menu do jogo, é possível observar logo como a música continua com uma ótima qualidade, a banda sonora deste jogo até ultrapassa o seu antecessor com várias músicas memoráveis. E não nos podemos esquecer que estamos a falar do GBA.


Os vestígios de um eclipse passado
Quando acabei de jogar Aria of Sorrow, pensei, isto sim, é aquilo que eu espero de um jogo de Castlevania. Uma história que até é aceitável, um gameplay bastante sólido e divertido, um visual atraente e música espetacular. Um exemplo de um jogo de qualidade do género que me deixou a desejar mais.
Mas é tempo de avançar para outros jogos e acabo aqui o mês de Castlevania com um jogo que aconselho a todos os que gostem de um bom jogo de metroivania ou de um sólido jogo de ação e aventura 2D, e que também agora se encontra mais acessível graças à consola virtual da Wii U.

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