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terça-feira, julho 22, 2014

Análise: Cloudbuilt

Analisado por Redhellc


Saltando para a ação
Lançado para o PC em Março deste ano pela Rising Star Games e desenvolvido pela Coilworks, Cloubuilt é um jogo de plataformas e ação onde o foco é numa mecânica de parkour. Para progredir no jogo, é muito simples: completar uma série de níveis onde o objetivo é chegar ao final de cada um, atravessando obstáculos e afins da melhor forma que o jogador conseguir.
Eu devo dizer que peguei neste jogo um pouco ao acaso e, depois de o jogar, decidi que merecia uma análise minha, mesmo os jogos Indie não serem o meu forte. Mas só isso significa alguma coisa do jogo, como poderão ler em seguida.


Vários caminhos, diferentes destinos
Tal como muitos outros jogos Indie, a história não é o foco do jogo, mas está lá para quem quiser procurar por ela como um outro desafio. O que eu quero dizer com isto? Bem, a história é contada por monólogos e auto-realizações da personagem principal, uma rapariga soldado que ficou gravemente ferida num evento com os seus companheiros. Durante o jogo esta encontra-se uma espécie de instalação, onde estas… “experiências” estão a acontecer. O objetivo dessas “experiências” vai de acordo com o que o jogador quiser, à medida que o jogo vai avançando pode-se escolher o caminho que queremos seguir de acordo com a lógica que a personagem tenta fazer daquilo. Ou seja, o jogador vai descobrindo estes fenómenos e a lutas interiores da personagem ao longo do jogo, culminando em quatro possíveis finais.
Posso dizer que apreciei bastante esta forma de progressão na história e gosto de opção de escolhas que o jogo dá, e de ver as várias formas como a personagem reage a essa “experiências”, ao mesmo tempo que descobrimos mais sobre a rapariga, a sua vida, os seus ideais e sonhos. Fez-me recordar bastante de uma outra personagem, Samus Aran do jogo Metroid, onde sinto o mesmo espírito vindo desta personagem, e a sensação de descoberta e surpresa que esse jogo deu. Ajuda também a demonstrar como o Other M falhou a representar a Samus.


Atravessando o horizonte
O jogo foca-se, como já disse, num estilo de platformer parkour em terceira pessoa, com alguns movimentos dos quais temos que fazer uso de para nos movimentarmos pelos níveis. Posso dizer já que o que brilha mais no jogo é o design dos níveis, que nos dá várias formas de os atravessar e até proporciona a criação de um caminho próprio. Esta é umas das coisas que eu gosto mais, a possibilidade de pensar um pouco e criar o caminho mais rápido ou seguro que conseguirmos fazer. O meu único problema com o design dos níveis é o facto de não perdoarem muitos erros. O jogo sendo baseado um pouco também num estilo Trial and Error, o que por si não é mau, não deixa muitos espaços para erros em muitas situações devido aos níveis estarem num constante Death Pit.
Dito isto, podem talvez concluir que o jogo não é fácil, o que é em parte verdade. O jogo, a partir de alguns níveis, deixa de dar a mão aos jogadores e começa exigir uma certa perícia para manobrar através dos níveis. A sensação com que eu fiquei é que este é um jogo que valoriza o tempo e a dedicação, quanto mais se jogar, melhor se fica nele ao longo do tempo e o jogo fica ainda melhor por isso mesmo. O meu maior problema com isto é o controlo da personagem que às vezes é um pouco sensível demais e demora um pouco a habituar, e com uns níveis mais à frente no jogo, nota-se que é um jogo que demora um pouco para se dominar completamente, mas sem dúvida que compensa.
Por fim, ainda temos uma pequena arma que podemos usar para nos ajudar a atravessar os níveis, pois estes não estão vazios. Alguns inimigos e armadilhas existem pelos níveis, que podem ser lidados com a nossa arma, mas em muitas situações podem ser evitados. O jogo valoriza o atravessar do nível o mais rápido possível, por nalgumas situações é mesmo melhor tentar ignorar tais inimigos. Mas verdade que alguns destes podem ser um pouco irritantes, em parte por causa da mesma filosofia em cima referida, de Trial and Error.


Como um sonho
O ambiente do jogo é simplesmente brilhante para mim, o uso de cel-shading faz o aspeto visual ficar lindo, como uma banda desenhada espetacular, e os pormenores, como poder ver o resto do nível no horizonte faz umas ótimas paisagens. Os efeitos visuais e animações também estão bastante bons, dando um flare ao jogo de uma forma fluida.
A música é maravilhosa, é uma das aquelas bandas sonoras onde te faz imergir no jogo. Assenta estrondosamente com os temas de cada nível, criando uma atmosfera calma e ao mesmo tempo desconhecida.


Chegando a um destino
Cloudbuilt é um daqueles jogos que depois de o jogares ficas com uma sensação de que gostavas que mais jogos te pudessem dar a mesma sensação que este te dá. A forma como conta a sua história é diferente e interessante, o gameplay é divertido, mas com umas pequenas falhas, e a sua atmosfera é sem dúvida espetacular.
O jogo surpreendeu-me na positiva, visto quando peguei nele não pensava nada de especial do mesmo. Sem dúvida que precisa de uns ajustes e talvez não seja para toda a gente, mas é um jogo que pessoalmente recomendo. Claro que a produção não é tão grande como um jogo tipo Mirror’s Edge, mas pessoalmente Cloudbuit sendo mais simples e pequeno deu-me muito mais satisfação que jogos como esse.

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