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domingo, outubro 27, 2013

Análise: Devil May Cry 4

Analisado por Redhellc



Salto de geração = Novo jogo
Depois de uma trilogia de sucesso, a história continua com um novo jogo nas “novas” consolas. O jogo tenciona seguir o estilo recomeçado no 3º jogo, mas com algumas modificações. Começando com um novo protagonista, Nero, com o Dante a ser colocado no papel de personagem secundária de forma a avançar a história. O foco num novo protagonista parece ter sido escolhido de forma a trazer inovações ao estilo de jogo, mantendo Dante intacto como personagem. Será que compensou?


Demónios ou Anjos?  
O foco inicial da história é de novo Sparda. Desta vez, parece que noutros tempos o demónio salvou uma cidade da sua destruição por demónios, fechando um portão que a ligava ao Inferno. O demónio é então recordado como um Deus e venerado com uma religião própria.
Nero, o novo protagonista da história, faz parte da força de cavaleiros que segue a religião e protege a cidade. Durante uma das missas um estranho… *cough* Dante irrompe pela celebração e mata a figura mais alta da religião, gerando o pânico total e culminando numa luta entre o assassino e Nero. Claro que, se conhecem Dante, sabem que este é meio-demónio e então pensam em como é que um cavaleiro humano conseguiria derrotar Dante… pois, claro está que Nero não é um humano normal pelo que nasceu com o que parece ser um braço demoníaco, conseguindo então dar uma luta decente ao assassino, mas este escapa com Nero na perseguição. Quando finalmente Nero sai para a cidade, apercebe-se que está a ser atacada por demónios. É-lhe então dada ordem de perseguir o assassino enquanto protege a cidade. O resto da história desenvolve-se a partir daí com a revelação de a ordem dos cavaleiros não ser o que parece, a religião a revelar os seus segredos, etc. Como seria óbvio.
Posso dizer já que, dos quatro jogos, este é o que tem mais enfâse na história, mas isso não significa que seja a melhor. A verdade é que a história é a mais complexa de todas, mas da forma como está construída torna-se um bocado confusa. O foco numa personagem nova, também é um bocado estranho, especialmente porque Nero parece uma cópia barata de Dante. E a história de amor que existe entre este e Kyrie, algumas vezes soa um pouco forçada. Em termos dos personagens que retornam de outros jogos, como Dante, não há nada a apontar visto que estão bem representados. Em termos de vilões, são o mais genérico possível com um plano demasiado complexo para o seu próprio bem. O que não desaponta são as cenas de ação. Mesmo quando as personagens falham a corresponder, a ação nunca falha durante o jogo, mostrando-nos o estilo pelo qual é conhecido o franchise.


Em combate: espadas e punhos
Um novo protagonista significa um novo estilo de jogo. Temos duas novas armas: uma espada que é possível carregar para libertar ataques mais fortes e uma nova pistola com dois canos sobrepostos. Temos também novos combos, com enfâse num combate mais aéreo e ainda o braço de Nero, que pode ser usado para agarrar o inimigo e até desencadear um ataque especial.
Os inimigos e bosses foram criados a pensar neste novos movimentos, muitos são derrotados mais facilmente no ar ou agarrando-os de algumas formas. Em termos de inimigos comuns, existe variedade suficiente, nunca se tornando repetitivo. Mas, no que toca aos bosses, são um pouco dececionantes, não sendo visualmente apelativos e com estratégias muito previsíveis, com um em especial a ser bastante irritante. O facto de os bosses serem reutilizados mais do que uma vez também não ajuda.
Uma parte do jogo que ainda não falei é Dante, sim, o semi-demónio é uma personagem jogável na história, com os controlos mais ou menos idênticos aos do jogo anterior, mas agora com a possibilidade de facilmente se trocar os estilos de combate. O problema é que isto torna o jogo um pouco mais difícil e frustrante, sendo que obviamente o jogo foi feito a pensar nas técnicas de Nero.
Em termos de exploração, esta continua mais ou menos inalterada, mesmo que neste jogo se torne um pouco repetitiva visto que somos obrigados a explorar as mesmas áreas, com um pequeno toque diferente, com cada personagem.
Utensílios e outras coisas ainda são utilizados, mas agora os “red orbs” só são usados para os utensílios. Para combos e habilidades, agora estas são obtidas por “souls”, se bem acho que foi uma forma um pouco barata de tornar o jogo mais fácil. Os outros jogos obrigavam-te a escolher com cuidado entre evoluir a personagem ou comprar um utensílio para mais facilmente completar uma missão, enquanto este te deixa ir à maluca comprar utensílios para ajudar durante as missões.


O espetáculo com novos gráficos
Obviamente que, com consolas mais potentes, o nível de qualidade dos gráficos dos jogos também aumenta. Os deste jogo são bastante bons, ao ponto que ainda se aguentam aos níveis de hoje. Em termos de ambiente falha um pouco. Enquanto os outros jogos apresentavam um ambiente mais obscuro e fechado que davam uma sensação de suspense, este apresenta-nos um ambiente mais aberto e angelical, com alguns momentos que relembram os jogos anteriores. Nem é mau, apenas uma mudança repentina de aspeto.
Temos que falar do espetáculo visual que são as cenas de ação. Como já disse, estas continuam a ser um ponto alto do franchise, furiosas, rápidas e visualmente deslumbrantes. Ao ponto que me conseguem pôr um sorriso estúpido na cara como quando Dante aparece e faz o seu show off habitual.
A banda sonora continua forte como sempre, agora com mais um pouco de música calma à mistura, mas mesmo assim muito boa. Aliás, adequa-se às situações tal como nos outros jogos. Um aspeto mais angélico requer de vez em quando umas músicas mais suaves, para depois explodir em fúria com as músicas mais fortes quando em combate com demónios.

    
A cena final da série original
      Em resumo, uma história sólida, mas um pouco confusa. Uma jogabilidade boa, mas que não está tão trabalhada como o jogo anterior. E uma apresentação boa mesmo para os dias de hoje. Sendo este o ponto final da série original, visto que no jogo a seguir é um recomeço, posso dizer que termina num ponto alto. Sim, não é o melhor jogo da série mas tem o seu próprio charme e estilo que funcionam bem. Posso então concluir que este é um jogo que recomendo para os fãs do género facilmente, e uma boa entrada na série.
 

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