Análise. Legend of Zelda The Wind Waker HD
Analisado por Redhellc
O retorno ao grande azul
O ano é 2002, a consola a Nintendo Game Cube, aí o mundo assistiu ao
lançamento do jogo Legend of Zelda The Wind Waker. Nessa altura o jogo recebeu
uma grande crítica por seguir um estilo mais cartonizado, injustificadamente,
comparado ao que tinha sido introduzido na Nintendo 64 em Ocarina of Time. Mas
ao longo dos anos a qualidade do jogo tem sido cada vez mais apreciada e o
estilo do jogo torna-o ainda hoje muito agradável à vista, ao contrário de outros.
Saltamos agora para 2013, numa das conferências da Nintendo esta
revelou que ia lançar uma nova versão do jogo em HD para a Wii U. Mesmo que o
jogo original ainda se aguente bem hoje, a receção da notícia foi
maioritariamente positiva. Então no final do ano passado tivemos a
possibilidade de reexperimentar Wind Waker e saber se a nova versão fui
realmente justificada.
O Herói dos ventos
Caso não tenham experimentado o jogo na altura, a história vem assim:
Em outros tempos um grande mal atacou o reino de Hyrule que ameaçava trazer uma
era de escuridão. Mas um herói com o poder do tempo derrotou o grande mal,
prendendo-o com o poder dos deuses. Anos passaram e o grande mal conseguiu libertar-se
da sua prisão ameaçando novamente a terra de Hyrule. As pessoas rezaram à
espera que o Herói do Tempo os viesse salvar, mas este não veio. Como forma de
impedir esse mal, os deuses inundaram a terra num grande dilúvio, que forma
agora o oceano onde o jogo se passa. Bem longos anos passaram desde o grande
dilúvio e esse mal parece estar a emergir novamente, um novo herói deve surgir
para o enfrentar.
Se estão à procura de uma história menos convencional de Zelda este
até faz umas coisas diferentes, aumentando a mitologia para lá de Hyrule ao
mesmo tempo que cria ligações claras a jogos anteriores. É sem dúvida uma
história espetacular ao nível dos melhores Zeldas, com revelações, mistérios,
lendas e a mística que só estes jogos conseguem. O ambiente que esta oferece é
também muito do meu agrado, conseguindo ser sério quando precisa, mas seguindo
uma filosofia mais leve e às vezes até engraçada.
Em termos de como ela se desenrola é da mesma forma que qualquer outro
Zelda, explorando o mundo, conhecendo pessoas, e ajudando-as. Uma interação que
ajuda a integrar facilmente na história do mundo.
A versão HD não oferece nada de novo no que toca à história, mas eu
sou apologista que se está bom não se deve tocar. E a experiência que esta
história oferece está perfeita como está.
Ao vento e sobre as ondas
O gameplay de um Zelda consiste em exploração e aventura, e este jogo
entrega isso sem falta. A forma de explorar o mundo é usando um barco viajando
sobre o oceano, enquanto se salta de ilha para ilha. Este é um dos poucos
Zeldas que te oferece logo um mundo inteiro para explorar, razoavelmente cedo
na história, mesmo que tenha algum seguimento dependendo dos items que Link
tem. A oferta de exploração que este tem é incrível, não só em número de ilhas,
mas também em mini-jogos para jogar nalgumas delas, tesouros para encontrar,
inimigos para combater, etc. O número de dungeons no jogo e a sua variedade também
é agradável, com nenhuma realmente longa ou que exija grande backtracking nela.
O que faz uma experiência agradavelmente suave. Verdade que poderia tornar-se
um bocado seca percorrer todo o oceano, mas a adição de uma vela mais rápida na
versão HD e alguns elementos que tornam possível uma movimentação rápida mais à frente no jogo torna esse problema obsoleto. Alguns desses elementos usam a
Wind Waker, uma batuta que dá ao Link o poder sobre os ventos e outras coisas,
dependendo da música a ser dirigida, que vai ser crucial na exploração do
mundo. Este tipo de itens é habitual num jogo de Zelda, e tal como os outros,
este encontra-se muito bem introduzido no jogo.
Em termos do combate e controlo de Link está bastante fluido e rápido,
nunca ficando monótono. Por essa mesma velocidade e a variedade de inimigos que
existem, com várias formas de serem derrotados, de acordo com itens que Link
dispõe. Esses itens também são vários e reusados por toda a aventura, não
havendo muitos que sejam esquecidos mais à frente.
Os bosses enquanto simples, são bastante agradáveis e variados, que
como normalmente têm de ser derrotados com os itens ganhos na sua dungeon. Em
termos de desafios o jogo é suficiente versátil, oferendo dois modos de
dificuldade facilmente trocáveis durante um jogo.
Agora no que toca a coisas exclusivas desta versão, a sela que falei
em cima é apenas um exemplo de pequenas coisas adicionadas ao jogo que torna a
experiência mais fácil. Muitos itens e armas também foram mudadas para usarem o
giroscope da Wii U como controlo alternativo, que funciona tão bem que me vi mais vezes a
usa-lo do que o controlo analógico normal. O facto de estar na Wii U também
significa que tem o miiverse integrado no jogo, até ao ponto em que se tirarem
uma fotografia no jogo podem partilha-la. Também podem enviar ou apanhar
garrafas no mar com comentários ao jogo. Claro que definições como esta podem
ser desativadas, mas dá sempre uma vida diferente ao jogo.
A lenda revigorada
Isto é uma versão HD, mas não é apenas uma versão que adiciona um
widescreen e tá feito. Nope, o visual deste jogo foi totalmente melhorado. É verdade que o estilo cellshaded original já é bastante bom, mesmo para agora. Mas esta versão não
só oferece modelos e ambientes mais polidos, como também texturas de qualidade superior, uma iluminação melhorada
que se nota especialmente nas passagens de noite para o dia e vice-versa, etc. O que eu quero dizer é que este jogo é
belo, e ainda mais num ecrã grande.
Se tiverem a jogar com o gamepad da Wii U também podem ver que o
layout foi colocado todo no visor do pad e totalmente acessível a partir daí, o
que ajuda ao ecrã ficar menos cheio não se intrometendo com o mesmo.
Em termos de música, please é Zelda é óbvio que vai ser brutal. Nem
preciso de dizer nada, mas tanto as novas composições como rearranjos de
anteriores são ótimas. Ela é tão boa que nem foi preciso mudar nada na versão
HD.
Um verdadeiro tesouro
Sem dúvida, que tal como outros jogos de Zelda, a qualidade não se
questiona. Seja na história rica, profunda e divertida. No gameplay divertido,
fluido e cuidado. Na apresentação maravilhosa e intemporal. Tudo junto a uma
pintura nova e retoques para afinar o que estava muito bom, esta é a versão definitiva
de Wind Waker e um jogo de Legend of Zelda incrível.
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