Análise: Project Zomboid
Analisado por InfamyKing
Eles vêm aí!
Project Zomboid é um jogo RPG Sandbox desenvolvido pela companhia
TheIndieStone. Este jogo ainda se encontra numa fase de desenvolvimento alfa,
na versão 0.2.9.8b, sendo que vou falar de algumas características que estão
planeadas para versão 0.3.0.0 (RC3.0, que está para breve!) e mais além. Neste
jogo, o jogador, tu, controla uma única personagem que é colocada num mundo
pós-apocalíptico governado pelos mortos-vivos onde o seu único verdadeiro
objetivo é sobreviver.
Agora numa cidade perto de si!
O jogo decorre na terra ficcional
de Knox County, na cidade de Muldraugh (baseada na versão real). A história não
está desenvolvida ainda mas estão planeadas várias campanhas diferentes, cada
uma podendo ajudar a desvendar o “Porquê?” e o “Como?” do vírus Zombie. Estas
campanhas vão permitir-te experienciar o apocalipse do ponto de vista de várias
personagens diferentes, acompanhando-as nas suas (lê “tuas”) escolhas e no
desenvolvimento da sua relação com as pessoas que as rodeiam. Para já temos uma
única campanha, denominada “'Till Death Us Do Part”. Esta (curta) campanha
acompanha a história de Bob (também denominado de Baldspot por causa da careca)
e da sua mulher Kate, servindo para já como tutorial para te introduzir ao
estilo e às mecânicas do jogo. Embora pequena, esta mini-campanha está muito
bem realizada e permite-te ter um vislumbre de como vai ser o dia-a-dia da tua
personagem quando o jogo estiver completo.
Não consegues escapar…
O jogo começa por te pedir para
customizares a tua personagem ao teu gosto, escolhendo a sua aparência e
género, as qualidades e defeitos. A primeira parte ainda não está muito
desenvolvida, mas a questão das qualidades e defeitos está bastante bem
pensada. Tu tens que selecionar defeitos para a tua personagem, os quais te dão
pontos para poderes gastar em qualidades. Há que ter em atenção que algumas
características entram em conflito com outras, pelo que não dá para teres uma
personagem que é simultaneamente atlética e obesa. Depois de teres escolhido
tudo como queres, podes começar a tentar sobreviver.
Vais notar que começas no
interior de uma casa, supõe-se que é a tua. A partir daí, és livre de percorrer
o mundo e agires como bem entenderes. No entanto, se o teu objetivo for mesmo sobreviver
ao apocalipse e não ser comido vivo assim que decidires sair porta fora, terás
de começar a procurar por comida, ferramentas e armas, tanto na tua como nas
casas da vizinhança. Terás construir defesas que mantenham afastados os
mortos-vivos (mesmo que seja só temporariamente). Terás de te esquivar e
esconder dos mortos-vivos, senão arriscas-te a ser o lanche de alguém. Terás
que aturar com os seus gemidos, noite e dia, a toda hora. Tudo isto enquanto
fazes os possíveis para te manteres são e resistir à tentação de meter uma bala
na cabeça (e tem atenção que isso faz muito barulho! E os mortos parecem ter
uma atração natural pelo barulho). Terás de fazer os possíveis para manter o
aborrecimento e a depressão afastados, lendo livros, construindo coisas, até
mesmo cozinhando para ti uma simples sopa deliciosa ajudará.
E isto tudo será ainda mais
importante quando, poucos meses depois de os primeiros mortos-vivos aparecerem,
a infeção começar a tornar-se mundial e os serviços de água e eletricidade
deixarem de funcionar. Nesta altura, tudo muda. Os enlatados começam a valer
tanto como o ouro, mas mesmo esses não durarão para sempre. Se quiseres
sobreviver, terás de aprender a criar e a caçar a tua própria comida (a caça
ainda não está implementada).
No entanto, não serás obrigado a
enfrentar o fim do mundo sozinho. Nem toda a Humanidade se extinguiu, ainda há
uns quantos indivíduos neste novo mundo que conseguiram sobreviver à chegada
dos mortos-vivos (multiplayer local e online planeados, com splitscreen já em
desenvolvimento). Poderás encontrar estes indivíduos nas tuas viagens, mas
recomendo precaução ao entrar ao contato com eles, principalmente se for um
grupo. Nem toda a gente tem a capacidade para conseguir encarar o apocalipse e
manter-se mentalmente são… Poderás formar (e quebrar) alianças/grupos com
outros indivíduos e grupos, terás de controlar as tensões dentro do teu grupo,
lidar com os rebeldes e realizar decisões difíceis, tanto para a tua
sobrevivência como para a do grupo, tudo isto enquanto tentam manter a ameaça
dos mortos-vivos longe de vocês.
No entanto, apesar de todos os
seus esforços, a morte acabará por chegar até ti. A morte é uma certeza neste
mundo. O próprio jogo quando começas diz-te isso: “THIS IS HOW YOU DIED”.
Quanto tempo tu consegues mantê-la afastada de ti é outra história
completamente diferente.
Outra questão emerge face a isto:
quando o momento chegar, como é que tu o vais enfrentar? Vais-te barricar
dentro da tua casa e esperar como um cobarde pelo fim? Ou levas todos os que
puderes contigo? O mundo é teu, a escolha é tua.
Embora o jogo ainda não esteja
terminado (os NPC’s estão a ser terminados enquanto escrevo esta análise), dá a
ideia de ser um jogo completo com todas as características que já possui, sendo
extremamente divertido e emocionante jogá-lo no estado de desenvolvimento em
que ainda se encontra.
E entra logo a matar!
A primeira coisa com que somos
confrontados é o menu. Este permite imediatamente ter uma ideia da atmosfera do
jogo, com uma imagem de fundo do Bob a segurar a Kate nos braços, gravemente
ferida. A música entra imediatamente em cena e como ela entra! Muitas vezes dou
por mim a olhar para o menu durante uns bons minutos antes de começar a jogar
só para poder ouvir um pouco a música e, assim, começar a entrar no papel da
personagem. Mesmo durante o jogo, a música é essencial, adicionando uma
atmosfera ao jogo que altera completamente (e muito positivamente) a nossa
experiência de jogo.
O estilo gráfico do jogo não é
nada de revolucionário, apresentando ao jogador uma perspetiva isométrico
(2.5D) do mundo. Pessoalmente, eu acho-o bastante atrativo. Tanto os morto-vivos,
como os NPC’s e os jogadores são representados por sprites (obtidas a partir de
modelos animados 3D). No geral, os gráficos são simples, mas ajudam a passar a
mensagem de forma eficiente e a criar a atmosfera perturbante do jogo. Para
além disso, provam que não são necessários gráficos de topo para um jogo ser
bom.
Quando o fim chega… como é que tu vais escolher morrer?
Para concluir, face a tudo o foi
dito, creio que resta apenas dizer que este é um ótimo jogo. Há já muito tempo
que procurava um jogo como este e tenho a dizer que não fiquei minimamente
desapontado! Recomendo a qualquer pessoa que goste de jogos RPG e sandbox e, no
entanto, que também gostem de serem desafiadas constantemente. Uma autêntica
pérola no mercado de jogos para PC atualmente.
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