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terça-feira, setembro 02, 2014

Análise: The Wonderful 101

Analisado por: Redhellc



Heróis entram em cena
Lançado no verão 2013 em exclusivo para a Nintendo Wii U, The Wonderful 101 é um jogo publicado pela própria Nintendo e desenvolvido por um dos meus estúdios favoritos, a Platinum Games. O jogo segue a história de um grupo de 100 heróis, usando um estilo de hack and slash, pelo qual é conhecido a Platinum, mas, em vez de uma personagem, faz uso de um grande grupo delas ao mesmo tempo, tipo Pikmin (outro franchise da Nintendo). A pergunta é, conhecendo tanto a Nintendo e Platinum, será que o jogo está a par com o standard de qualidade de ambas?


Aliens, Heróis e reviravoltas
A história começa com o ataque de uma força de invasores à cidade de Blossom-City, onde ficamos a conhecer os defensores da Terra, os Wonderful 100, um grupo de pessoas especialmente escolhidas de toda a parte do globo que, graças ao seu fato especial, possuem poderes para além de um humano normal. Mais à frente descobrimos que os invasores, os Geathjerk, estão a tentar destruir os super-reatores que fornecem energia para um escudo protetor que rodeia a Terra, funcionando como última defesa para o planeta. O objetivo dos Wonderful 100 é garantir a segurança desses mesmos reatores. Claro que nem tudo corre como planeado e a história dá umas quantas voltas inesperadas, isto enquanto os Wonderful 100 aprendem a lidar com os seus próprios desafios e aprendem a trabalhar verdadeiramente em equipa.
No final, a história é muito mais do que eu estava à espera. Eu sou o primeiro a admitir que quando vi as primeiras imagens da história estava à espera de uma coisa mais simples, mas como eu estava bem errado. Esta vai mais fundo do que eu alguma vez esperaria e tenta fazer alguma coisa mais do que simplesmente dar uma razão para andar de nível em nível. Eu gosto especialmente das reviravoltas e dramas que encontramos pela viagem, faz sentir que estamos mesmo num situação crítica e épica. As personagens são carismáticas e as suas histórias e desafios são interessantes, o que, em conjunto com um diálogo bem trabalhado e divertido (em certas partes), faz a história uma boa experiência.


A união faz a força
O gameplay não é o típico hack-and-slash como seria de esperar, visto que controlamos tecnicamente um grupo de personagens. Bem, controlamos o líder para ser mais preciso, este usa os seus companheiros fundidos (morphing) na sua arma de escolha ou outras formas para ultrapassar obstáculos como um planador ou umas escadas. O gameplay foca-se na troca de armas para derrotar os diversos inimigos, escolhendo a mais indicada para cada situação, juntamente com mais umas habilidades, como uma forma de guarda e de esquiva, etc. Se bem que é preciso ter em conta que existe uma barra que limita o uso das formas, por isso é preciso ter cuidado, obrigando-nos a gerir bem como se usa o poder de morph. Usar as habilidades normalmente é bastante bom, mas colocar os inputs para fazer as formas, desenhando no gamepad ou usando o analógico direito, pode ser uma ou outra vez um pouco incómodo, especialmente quando estamos sobre pressão. Também podemos mandar os outros personagens atacar os inimigos enquanto ficamos a atacar outros ou usando-os como um lock-on para nos fazer atacar certos inimigos mais rápido, o que faz a ação mais rápida mas às vezes um pouco confusa. Em termos de controlos de personagens, o único problema maior que encontrei é o pequeno atraso que há quando fazemos uma guarda ou esquiva, que pode ser um pouco estranho ao início e causar um pouco de problemas no meio da guerra.
Mas tal como qualquer outro jogo da Platinum, um dos outros pontos altos são os bosses, eles são espectaculares. Alguns usam bastante bem as habilidades que aprendemos nos níveis, enquanto outros usam mini-jogos e afins que funcionam bastante bem e são divertidos. Falando em mini-jogos e estilos diferentes de gameplay, o jogo está cheio de sequências como essas que aumentam a sua diversidade, nunca o deixando ficar repetitivo. A diversidade nos inimigos também é aparente, para não falar que existem muitas formas de os combater e usar os poderes dos heróis só ajuda.
Os níveis em geral são bastante divertidos, os obstáculos obrigam-nos a usar intuitivamente os diversos poderes e as arenas de combate são bastante grandes tendo em conta o número de inimigos em campo. Também há uns quantos colecionáveis para encontrar e vários segredos nos níveis, como missões secretas.
A dificuldade do jogo também deve ser tida em conta. O jogo no início aparenta ser bastante normal a este nível, mas não se deixem enganar pois o jogo vai testar-vos de muitas maneiras. E em termos de conteúdo, bem, mesmo antes de desbloquear a campanha numa dificuldade maior, esta já oferece uma experiência bastante grande, mais do dobro de jogos como Metal Gear Rising e Vanquish. Isto sem falar das missões co-op que o jogo oferece, a quais podem jogar com até 5 jogadores.
No final, as únicas partes do jogo que eu achei mais fracas foi quando me punha no controlo de só um personagem, por razões de história, o que fez notar que o jogo não está mesmo feito para isso, fazendo parecer essas partes um pouco vazias.


Uma apresentação maravilhosa
Se há uma coisa onde o jogo é espetacular é a apresentação. Os gráficos usam bem o poder da Wii U e mesmo com tantos personagens no ecrã nunca o jogo pareceu mau. A diversidade dos ambientes ajuda a dar uma boa sensação de um mundo vivo. O estilo do jogo está cheio de personalidade, usando muitas cores e efeitos de uma forma brilhante e divertida.
A maior parte da história é contada por cutscenes com os personagens a falar por balões, mas mesmo essas cenas são bastante bem animadas. Isto até às cenas de ação, que é quando o jogo explode em carisma, não há uma única cena de ação que não esteja espetacular.
E a música, oh a música! Se há alguma coisa que ajuda a manter o ambiente épico e divertido é a música. Não só é bastante boa, como se adequa a todas a situações. Sem falar de como é bastante única nos dias de hoje, basta ouvir aquele tema principal, tem mesmo aquele feeling de música de super-heróis.


Team Unite Up!
Wonderful 101 é um daqueles jogos que quanto mais se joga mais se entranha em ti. O que ao início parece ser um jogo simples e normal, fica bastante complexo e divertido ao longo do tempo. Sem falar no carisma que ele tem que é impossível de ignorar. E com uma história muito fixe, uma apresentação brilhante e um gameplay bastante bom, não vale a pena ignorar, sem dúvida.
Ao mesmo tempo fico com pena porque se o gameplay tivesse sido apenas um pouco mais polido teria sido um jogo bastante genial. Sendo assim fica uma ótima experiência que fica perto do melhor que a Platinum fez.

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