Análise: Bayonetta
A Bruxa que Encantou Milhões
Um
jogo com um tema bastante apropriado para Halloween e que recentemente recebeu
uma sequela, fá-lo perfeito para a primeira de duas análises para esta época de
sustos do ano. Um Hack and Slash com
um estilo bastante próprio, concebido pela Platinum Games e publicado pela Sega
em 2010, fez parte do acordo feito entre as duas para 5 jogos. Este foi lançado
originalmente para a Xbox 360 e PS3, mas recebeu uma versão recente para a Wii
U com o lançamento da sequela exclusiva para esta. Falarei da versão da 360,
pois é com a qual eu tenho mais experiência, e depois da análise do segundo
jogo falarei um pouco da versão da Wii U.
O Despertar de Bayonetta
A
história começa com a protagonista, Bayonetta, a cumprir o seu dever para com
os demónios, eliminando anjos como trabalho. Mas esta não se lembra de nada
desde que foi acordada recentemente, para além de que era uma bruxa. Sem muita
espera, esta embarca numa busca de uma pedra que pertence a um conjunto chamado
de Eyes of The World. Visto que Bayonetta possui a outra pedra do conjunto,
esta vai então nessa busca com o objetivo de descobrir mais sobre seu passado.
A sua viagem acaba por a levar a Vigrid, a cidade mais perto de Paradiso, um
dos três reinos do mundo (Paradiso, Inferno, Human World), sendo este o reino
dos anjos e também a última localização conhecida da Pedra. À medida que
avançamos na história vários mistérios são revelados e vários confrontos
ocorrem.
Da
forma como estou a falar até parece que a história é bastante séria, mas como
em qualquer outro jogo da Platinum Games, nada do que falei acima consegue
simular a experiência da história. Divertida, over the top, com muita ação, mas também com conteúdo relevante o
suficiente para a manter interessante. As atuações estão muito boas, cheias de
personalidade, e só ajudam a história. Mesmo que nem todas as cutscenes sejam totalmente animadas,
mesmo as do estilo slideshow, estão
bem realizadas e enquadram bem com as outras. Tudo isto ajudado por uns quantos
livros e anotações nos níveis para criar lore do jogo, que torna o mundo deste
ainda mais vivo.
O
Maravilhoso Tempo de Bruxa
Bayonetta
é um Hack and Slash, um daqueles
jogos de ação onde sentes a fúria dos teus ataques. À tua disposição estão um
enorme número de combos que podes
fazer com os botões Y e B. Mas para adicionar a isto, ainda temos o X que nos
deixa usar as armas de fogo para disparar normalmente, ajudando a aguentar um combo streak. Claro que também existem
combinações com o salto no A e ainda com o dodge
no RT. Mas com o RT o mais importante é o timing
do dodge que, se bem feito, ativa o
Witch Time onde durante uns segundos tudo pára à volta de Bayonetta e dá-lhe a
oportunidade de mandar uma quantidade desenfreada de combos aos inimigos. Juntando a agilidade da personagem num dos
jogos com um combate mais fluido que eu já vi, com ainda transformações e
afins, a uma grande quantidade de armas que podem ser trocadas a meio de combate
com facilidade e acessórios diferentes desbloqueáveis, dão-nos um gameplay bastante versátil e divertido.
Para ajudar, nos níveis ainda temos alguns colecionáveis que com a receita
certa podem criar itens com diferentes objetivos, como curar parte da vida, mas
cuidado porque estes deduzem na pontuação final do nível.
Falando
em níveis, ao atravessarmos estes vemos que estão divididos em verses, ou
batalhas, que normalmente são diferentes umas das outras, não só pela grande
diversidade de ambientes e situações, mas também pela enorme variedade de
inimigos com diferentes formas de serem abordados. No entanto, em termos de
inimigos, nada bate as lutas com os Bosses deste jogo, que são absolutamente
fantásticas, viagens alucinantes de adrenalina do início ao fim. Mas,
continuando nos níveis, existe uma grande variedade de segredos para descobrir
neles, como lutas secretas e itens espalhados por estes. Alguns fazem bom uso
de testar as habilidades de domínio dos movimentos, incluindo as transformações
e afins. Para acabar, ainda existem pequenas seções e minijogos que ajudam na
diversidade dos níveis, tal como também pequenas distrações a meio do jogo.
Para
adicionar ainda mais ao jogo, temos também alguns personagens desbloqueáveis e
um modo secreto, que dão um pouco mais de replayability
ao jogo. E quando falamos em replayability
temos ainda que falar nas diferentes dificuldades que o jogo apresenta, algumas
delas brutais em termos de desafio, e nos diferentes prémios que o jogo atribui
dependendo da performance do jogador nas missões.
Como
um Bonito Luar
Este
jogo não só é bonito de se ver, graças ao seu estilo caraterístico mas também
aos gráficos ainda atuais. Todos os efeitos visuais e animações, desde os
ataques mais poderosos e show-offs ao simples ambiente em Paradiso, estão
bastante agradáveis e muito bem trabalhados. Isto faz os poucos problemas de framerate que o jogo tem insignificantes
na experiência total.
Em
relação à música, penso não ter que falar muito, basta ouvir o tema da
personagem para verem como o soundtrack
é bom. Nada melhor que estar a espancar anjos enquanto aquela musiquinha toca.
Mesmo assim, a música consegue soar bastante épica nos locais apropriados, sem
perder o toque especial.
Let's
Dance Boys!
O que
temos é um jogo cheio de um charme caraterístico, com uma história
absolutamente brutal, um gameplay espantoso
e uma apresentação maravilhosa. Este é um daqueles jogos que define géneros e
poucos para além da própria Platinum Games conseguem chegar perto de tal
standard.
Aconselho
a todos os que gostam de jogar um jogo de qualidade, é um daqueles que deve ser
experimentado por qualquer apreciador de jogos, ou não seria um dos meus jogos
favoritos. Só tenham paciência é com a dificuldade, este é um jogo que requer
um pouco de prática para brilhar, mas acreditem que quando fizer, vai
espantar-vos.
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