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quarta-feira, fevereiro 25, 2015

Análise: Dissidia 012 Final Fantasy


O juntar de fantasias
Lançado em 2011 pela Square Enix para a PSP, esta é uma prequela do jogo original, denominado Dissidia: Final Fantasy. Os jogos são um cross-over entre diferentes jogos de Final Fantasy, onde este contém personagens que vão desde o FF1 até ao FF13, e com estilo de gameplay que combina RPG com luta. Isto resulta numa experiência diferente dos jogos de luta tradicionais.
Sendo um dos poucos jogos exclusivos da consola que tinha algum interesse em experimentar, não podia deixa-lo sem uma análise depois de finalmente o ter jogado. A razão pela qual arranjei este antes do primeiro foi por parecer uma experiência mais completa, dando uma impressão melhor do franchise.


Uma guerra eterna
A história começa com a lenda de dois Deuses, Cosmos e Chaos, e o seu eterno conflito que dura inúmeros ciclos. Nesse conflito, vários heróis de diferentes mundos são chamados para lutar pelos Deuses, onde lhes são tiradas todas as memórias e são “renascidos” a cada ciclo supostamente até ao final da guerra. No momento de início do jogo, encontra-mo-nos no 12º ciclo e as forças de Chaos estão em vantagem. Nisto, um grupo destes heróis estão no seu regresso à Deusa Cosmos e após algumas batalhas, finalmente se reúnem com ela, onde esta oferece um cristal a cada um, dizendo-lhes que terão de alguma forma libertar o poder dos mesmos se querem vencer a luta. Depois de enviados para o campo de batalha novamente, o grupo é atacado por uns inimigos até agora desconhecidos, um exército de lutadores de cristal com o nome de Manikins, que forçam o grupo a separar-se. Começa então a luta para descobrir uma forma de parar os Manikins e derrotar as forças de Chaos.
Sendo um Final Fantasy, era certo um maior foco na história quando comparados a outros jogos de luta. Em termos de progressão da história, é um pouco repetitiva e lenta, mas a história em si é interessante mesmo que não se passe muito nesta. Não passa muito mais de um monte de acontecimentos juntos que explicam partes da história do jogo a seguir, sendo que mesmo assim é decentemente agradável. Se bem que algumas partes parecem um pouco forçadas e tem um ou outro momento estranho.


De RPG a LUTA (over the top)
O jogo é acima de tudo um jogo de luta, apenas combinando alguns elementos de RPG nele. As lutas são em arenas 3D e usamos uma combinação de quadrado ou círculo com o analógico para fazer diversos ataques dependendo também da posição do personagem, se está no chão ou no ar. Mas a maior diferença no sistema do jogo está na Bravery, a vida do inimigo só pode ser diminuída com ataques que usem o quadrado e o dano vai depender da Bravery que o nosso personagem tem, aumentando-se o Bravery através de ataques com o círculo. Acrescentando a isto, temos um botão para defender que no momento certo com pode ser usado com uma combinação para fazer um desvio. Este sistema de combate funciona bastante bem e traz um spin diferente à mecânica de ataques fortes e fracos sem os usar dessa forma, podendo também ser adaptado a vários estilos tornando-o bastante versátil. Ainda temos um modo Ex, um modo especial que pode ser ativado para dar uma vantagem na batalha, como dar um ataque final. Para acabar, podemos usar um personagem como assist que pode ser usado de várias formas. De certa forma, o jogo faz-me lembrar de um Super Smash Bros, mas diferente. As batalhas são rápidas em termos de ação e os personagens são bastante móveis no campo, com movimentos que nos deixam rapidamente aproximar do adversário, o que impede a maior parte do tempo os combates de ficarem aborrecidos. Às vezes parece mesmo uma luta saída de um anime onde vemos o lutadores a combaterem no meio do ar. O elemento mais fraco do sistema de combate para mim é alguns elementos rpg, como o sistema de níveis e a colocação de equipamentos, que mesmo bem implementados ao estilo de jogo ás vezes tornam-se um pouco incómodos. No que toca ao elemento RPG, ainda há um modo de controlo alternativo em que controlamos as ações do personagem através comandos num menu, que eu pessoalmente penso que não funciona muito bem, mas é sempre uma alternativa.
Em termos de oferta de modos de jogo, ainda há uns quantos, temos o modo história que entretém durante um bocado, mas em algumas fases fica um pouco aborrecido devido ao grind que se tem de fazer. Depois o modo arcade, funciona como esperado e ainda um modo tipo exploração de masmorras, um labirinto, que escolhemos um personagem e vamos progredindo através dele enquanto lutamos com inimigos, contratamos lutadores para a party e vamos ficando mais fortes, o que é bastante interessante. Isto tudo sem contar com o multiplayer comum de um jogo de luta, ou seja, é um fornecimento de modos bastante bom e com uma grande coletânea de coisas para desbloquear incluindo um decente número de lutadores e cenários.
Para acabar, acho que a seleção de elementos dos vários jogos do franchise está muito boa, tanto nos cenários como nos lutadores.


Um ambiente fantasiado
Quando começamos a jogar recebemos logo o sentimento que estamos a jogar um FF, aquela música e introdução gritam isto mesmo. A música sem dúvida que é o melhor aspecto do jogo, ao retirar temas de tantas bandas sonoras fantásticas o resultado final é brilhante, mesmo quando juntamos as músicas originais do jogo.
Em relação ao aspecto visual, é bom, mas devido a encontrar-se na PSP, sofreu um pouco. Como disse, o resultado final é aceitável e o jogo tem tudo menos de feio, mas deixa um pouco a desejar. E às vezes parece mesmo que a imagem tem pouca qualidade o que me deixa triste. No final, quando estamos a meio de uma luta não afeta tanto.


A Fantasia Final
Quando quis experimentar este jogo, não sabia bem o que esperar, apenas que seria um jogo de luta inspirado em FF. No final, não me arrependo nada de ter jogado este jogo, mesmo que a história me tenha aborrecido um pouco, devido ao grind que tive que fazer, mas não posso dizer que não me diverti a jogar este jogo. Posso dizer que é um jogo com um bom gameplay, que se for bem utilizado pode ser ainda melhor, que beneficiaria enormemente de um upgrade nos visuais, e que me deixou ainda com melhor apreciação ao franchise.
Posso recomendar a pessoas que gostem de um bom jogo de luta como uma boa distração, e especialmente a fãs da série (que provavelmente já jogaram), sendo um óptimo cross-over da mesma.


PS: Um trailer para o próximo jogo da série foi lançado há pouco tempo que pode ser visto no seguinte link para os interessados: https://www.youtube.com/watch?v=kbkraGvmzWE

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