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sábado, novembro 16, 2013

Análise: Ace Attorney Dual Destinies

Analisado por Redhellc


Está aberta a sessão
A 24 de Outubro de 2013 foi lançado na eShop da Nintendo 3DS o novo jogo da saga Ace Attorney com o nome de Dual Destinies.
Dual Destinies é o quinto jogo da saga publicada pela Capcom que segue um esquema de casos onde o personagem principal tem de defender o seu cliente utilizando diferentes técnicas no tribunal e alguma investigação por fora. Bem, dita nestes termos, parece uma premissa um pouco aborrecida, mas até agora conseguiram torná-la bastante interessante, especialmente com o seu forte, a história. 
Este jogo não é exceção à regra, e mesmo depois de uma grande controvérsia em relação ao seu lançamento, foi-me finalmente possível desfrutar do jogo.


Há casos e casos
Bem, pouco posso revelar da história sem entrar em spoilers portanto vou tentar ser o mais breve possível. O jogo começa com a introdução de um membro novo à Wright Anything Agency, o escritório de Phoenix Wright: Athena Cykes é o seu nome e, juntamente com o Apollo Justice, estes irão formar uma equipa liderada por Phoenix que, depois de oito anos, volta ao seu antigo trabalho como advogado de defesa. O jogo pega na história um pouco depois de onde o quarto jogo da série terminou (para quem se lembra, este último focava-se na história de Apollo Justice), mesmo assim todos os pormenores necessários a este jogo são mencionados.
A história está dividida em vários casos. O primeiro caso começa com um ataque a umas das salas do tribunal com uma bomba, onde a acusada é uma amiga de Athena. E a partir daí, a história desenvolve-se.
Obviamente que não quero falar mais da história por uma razão: este é, sem dúvida, o melhor aspeto do jogo. Muito provavelmente a história é a maior razão pela qual uma pessoa iria jogar este tipo de jogo e sem dúvida que esta não desaponta, intrigas, reviravoltas, dramas, comédias, etc. Basicamente, tudo o que faz um Ace Attorney está aqui, e com qualidade que supera a maior parte dos jogos da série. Sim, pelo meio a história é capaz de ficar um pouco esquisita, mas acreditem que é por pouco tempo, voltando rapidamente a melhorar.
Uma coisa importante são as personagens, poucas são as mal feitas, havendo uma outra que são um pouco um tiro ao lado, mas as principais estão excelentes. Mesmo com as mudanças de vozes que este jogo requeria, as vozes que foram escolhidas encaixam bem com os personagens.


Técnicas de Defesa
O gameplay do jogo está dividido em duas partes. A primeira e a mais conhecida é a defesa no tribunal, que é consistente na maior parte das vezes em “cross examinations”. Nestas, o jogador ouve a testemunha e tenta encontrar uma inconsistência com as provas do caso. Depois de encontrada a contradição é só apontá-la com uma prova, mas nem sempre é fácil, sendo às vezes preciso pressionar a testemunha para falar mais. Neste jogo foi também adicionado um novo tipo de examinação, “mood matrix”, onde se pode também procurar por contradições nas emoções nas personagens, mas estas são periódicas. Nos jogos anteriores era possível ficar-se algumas vezes preso nalguns testemunhos por dificuldade em encontrar uma contradição, mas este jogo adiciona uma opção de conselho para um jogador que não saiba o que fazer, o que acho que torna a experiência mais agradável. A dificuldade também foi reduzida graças a um maior número de checkpoints, que são muito bem- vindos.
A segunda parte do gameplay é a investigação que, através de uma espécie de menu, é possível visitar pessoas e locais para obter informações. Bem, para começar, duas coisas foram adicionadas para facilitar a vida ao jogador: uma espécie de agenda que regista o passo a fazer a seguir e uma forma de viajar diretamente para o local desejado sem ser preciso ir a outro primeiro. O que torna a experiência muito mais suave e agradável. E, graças ao 3D, as áreas para investigar são agora tridimensionais, sendo todo o processo de exploração muito mais divertido, se bem que uma ou outra vez podia estar melhor identificado o objeto a investigar.
Durante o jogo também existem outras pequenas secções de gameplay que ajudam a dar um pouco de variedade ao jogo, que funcionam bastante bem, mesmo que uma delas desiluda um pouco.
Como opção do controlo do jogo, temos uma opção mais tradicional usando os botões, ou então podemos usar o stylus da 3DS com o ecrã tátil. Eu acho que o stylus funciona um pouco melhor e parece mais natural, mas os botões normais também funcionam bem. Ah e já agora, quem decidiu criar a opção de usar o microfone para ativar “OBJECTION” e afins é um génio, sem falar que funciona ainda melhor na 3DS.       

Os benefícios de uma nova plataforma
Sim, graças a uma consola mais poderosa não só o visual foi atualizado, claramente agora em 3D em vez de 2D, mas também a qualidade da banda sonora foi melhorada, que, se as outras já eram boas, então esta é espetacular. Em mais detalhe, em relação aos gráficos, posso dizer que assentam bem o jogo, o aspeto cell-shaded a imitar o desenho 2D não podia ser melhor. E o 3D está o aceitável de um jogo da 3DS.
Os menus e afins também foram atualizados com um pouco de mais qualidade e detalhe posto neles.
Uma adição nova também são as cutscenes animadas, em forma de anime que adicionam um outro tipo de enfâse a certa parte da história. Estas são o típico desenho anime que assenta bem ao jogo, mas penso que mesmo assim podiam ter sido um pouco mais trabalhadas mesmo que o resultado final seja bom. 


Veredito Final
Sem dúvida o jogo entrega aquilo que um bom Ace Attorney deve e um pouco mais. Uma excelente história, um gameplay melhorado com umas novas adições para acrescentar variedade, e uma apresentação nova que assenta bem ao jogo. A dificuldade foi um pouco abatida, mas mesmo assim não tira o desafio do jogo. Para além disso, penso que um jogo como este é ótimo para apresentar a série às pessoas que ainda não a conhecem. Claro que, se uma pessoa não gosta de jogos com grande enfâse na história, talvez não vá achar grande piada ao jogo, mas todos os outros que gostem de uma boa história e investigação num jogo ficarão muito bem servidos com este. Sem falar nos fãs da série que, se ainda não estão a jogar este jogo, não sei do que estão à espera.
Só quero apontar mais uma coisa, fico um pouco desiludido de que este jogo seja exclusivo digital fora do Japão, mas penso que isso não deveria ser desculpa para as pessoas que não gostaram dessa decisão boicotarem o jogo. No final, só quero ver todas as pessoas felizes e a gritarem “OBJECTION” enquanto jogam um jogo espetacular.

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