Análise: Yaiba Ninja Gaiden Z
Lançado em Março do ano
passado e publicado pela Tecmo Koei, este jogo de hack and slash
é um spin-off da série Ninja Gaiden onde o protagonista é Yaiba,
um inimigo do herói da série principal, Ryu Hayabusa. O
desenvolvimento está atribuído a 3 estúdios, a Team Ninja
(responsável pelo franchise), Spark Unlimited e Comcept.
Sendo um dos produtores do jogo, Keiji Inafune, um veterano da
companhia e sendo esta uma série tão notoriamente conhecida como
Ninja Gaiden, a qualidade do jogo estaria assegurada, não?
A vingança ultrapassa a
morte
Como foi mencionado em
cima, a história foca-se em Yaiba Kamikaze, que é visto no início
do jogo a lutar com Ryu Hayabusa e a sofrer uma morte bastante brutal
às mãos do mesmo. A história do jogo em si começa com Yaiba a
acordar e a descobrir que este foi ressuscitado como um cyborg ao
abrigo de uma companhia de forma a controlar um surto de zombies e a
perseguir Ryu, o qual está a arruinar os planos dessa mesma
companhia. Yaiba sendo Yaiba, está-se nas tintas para os planos da
empresa e deseja simplesmente vingar a sua morte e matar Ryu.
A história em si não é
nada demais, é decente para entreter uma pessoa sem grandes
surpresas mas não é obviamente o foco e até é bastante curta.
Mesmo assim, para algumas pessoas, certas piadas talvez possam ser um
pouco inapropriadas. Mas eu até gostei das piadas que envolviam os
zombies estúpidos. Os atores fazem o mínimo com o que lhes foi
dado, resultando numa experiência bastante meh.
Um corte aqui, um zombie
ali
O gameplay é do
estilo hack and slash. No que toca ao combate, Yaiba tem 3
ataques possíveis, com os quais pode fazer combinações. Um ataque
rápido com a sua espada, um ataque mais lento mas mais forte com o
seu punho metálico e uma espécie de corrente para ataques para
áreas maiores à sua volta, todos este mapeados a 3 botões
separados. Os ataques e os combos estão bem fluidos e variados, por
isso o atacar em si satisfaz bastante bem. No que toca ao botão de
defesa, muitas vezes não é muito prestável, pois muitos ataques
conseguem quebrá-lo. Em relação à esquiva, tem um minúsculo
atraso que estraga muitas vezes a vida, e a forma como está
desenhado faz com que seja possível ficar preso nos inimigos. Ora,
num jogo onde várias vezes lutamos com ondas de zombies, esta
situação não é muito… agradável. Em termos de saltos, só se o
nível quiser, pois estes são muito automáticos, normalmente para
avançar de área para área faz-se através de um sequência de
botões que torna alguns níveis repetitivos e aborrecidos.
A exploração é
bastante reduzida, dado os níveis sofrerem do problema mencionado
acima, esta não tem muito foco. Se bem que algumas vezes é preciso
usar os diferentes tipos de zombies para avançar no nível
resolvendo um pequeno puzzle, mas estes momentos são curtos e
espaçados.
E já que falamos nos
zombies, os inimigos focam-se em vários tipos como zombies em fogo e
outros elétricos, etc. Dentro destes existem uns mais fortes e
outros mais fracos, a variedade de inimigos é decente, mas mais para
a frente eles abusam no número de zombies fortes o que torna o final
do jogo bastante frustrante. Os bosses não são nada de especial, e
o seu número é bastante pequeno, mas a forma como estão criados
com padrões não muito fáceis de perceber e com ataques baixos
torna estas lutas mais às vezes uma questão de sorte do que outra
coisa, o que é bastante irritante. Ah, e estejam preparados para ver
o ecrã de loading muitas vezes.
Um sistema de evolução
também está implementado para evoluir Yaiba ao longo do tempo, mas
este está pouco explorado sendo bastante básico. Em certas alturas
também é possível usar armas opcionais que são arrancadas dos
zombies. Muitas conseguem ser úteis para derrotar ondas de zombies,
mas mesmo no final do jogo nem estas armas o são. Para acabar, o
personagem ainda tem um modo especial que supostamente deveria levar
tudo à frente nas batalhas, mas chega a um ponto onde este fica
demasiado curto e não chega para o número de inimigos no ecrã.
Uma visão zombificada
O aspeto visual do jogo
tenta relembrar o de uma banda desenhada e até faz um bom trabalho
nisso, se bem que o uso de algumas cores poderia ser melhor. Mas em
termos de gráficos em si está um pouco atrás, quando pensamos que foi lançado em 2014. O pior aspeto gráfico
do jogo é que o personagem não se destaca o suficiente no meio da
ação, o que nos faz perdê-lo de vista algumas vezes a meio da
luta, e isto fica ainda pior quando se tem pouca vida dado que tudo
fica numa escala de cinzento.
Em termos de música,
esta está decente. Existem uma ou outra música boa, mas ao todo
deixa um pouco a desejar.
Alguns mortos deviam
ficar enterrados
Yaiba parece um resultado
de uma experiência falhada, para mim era um jogo que tinha potencial
se não sofresse de tantos pequenos problemas e de um design de
níveis tão aborrecido. Seria de pensar que um veterano da indústria
como Keiji Inafune não deixaria certas coisas passar, como estas.
Enfim, no final temos um jogo que tem uma história fraca, um
gameplay que só às vezes é divertido e consegue frustrar
bastante no seu pior, a acrescentar um aspeto decente com alguns
problemas.
No final, não consigo
facilmente recomendar este jogo a muitas pessoas, só possivelmente
as pessoas que gostem do estilo hack and slash e mesmo assim
com muito cuidado e sem grandes expectativas.
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