Análise: Dissidia 012 Final Fantasy
Lançado em 2011 pela
Square Enix para a PSP, esta é uma prequela do jogo original, denominado Dissidia: Final Fantasy. Os jogos são um cross-over entre
diferentes jogos de Final Fantasy, onde este contém personagens que vão desde o FF1
até ao FF13, e com estilo de gameplay que combina RPG com luta. Isto resulta numa experiência diferente dos jogos de luta tradicionais.
Sendo um dos poucos jogos
exclusivos da consola que tinha algum interesse em experimentar, não
podia deixa-lo sem uma análise depois de finalmente o ter jogado. A razão pela qual arranjei este antes do primeiro foi por parecer uma
experiência mais completa, dando uma impressão melhor do franchise.
Uma guerra eterna
A história começa com a
lenda de dois Deuses, Cosmos e Chaos, e o seu eterno conflito que
dura inúmeros ciclos. Nesse conflito, vários heróis de
diferentes mundos são chamados para lutar pelos Deuses, onde lhes
são tiradas todas as memórias e são “renascidos” a cada ciclo supostamente até ao final da guerra. No momento de início do jogo, encontra-mo-nos no 12º ciclo e as forças de Chaos estão em vantagem. Nisto, um
grupo destes heróis estão no seu regresso à Deusa Cosmos e após algumas batalhas, finalmente se reúnem com ela, onde esta oferece um cristal a cada um, dizendo-lhes que terão
de alguma forma libertar o poder dos mesmos se querem vencer a luta.
Depois de enviados para o campo de batalha novamente, o grupo é
atacado por uns inimigos até agora desconhecidos, um exército de lutadores
de cristal com o nome de Manikins, que forçam o grupo a separar-se.
Começa então a luta para descobrir uma forma de parar os Manikins e
derrotar as forças de Chaos.
Sendo um Final Fantasy, era certo um maior foco na história quando comparados a outros jogos de luta. Em termos de progressão da
história, é um pouco repetitiva e lenta, mas a história em si é
interessante mesmo que não se passe muito nesta. Não passa muito
mais de um monte de acontecimentos juntos que explicam partes da
história do jogo a seguir, sendo que mesmo assim é decentemente agradável.
Se bem que algumas partes parecem um pouco forçadas e tem um ou outro
momento estranho.
De RPG a LUTA (over the
top)
O jogo é acima de tudo
um jogo de luta, apenas combinando alguns elementos de RPG nele. As
lutas são em arenas 3D e usamos uma combinação de quadrado ou
círculo com o analógico para fazer diversos ataques dependendo também
da posição do personagem, se está no chão ou no ar. Mas a maior
diferença no sistema do jogo está na Bravery, a vida do inimigo só
pode ser diminuída com ataques que usem o quadrado e o dano vai
depender da Bravery que o nosso personagem tem, aumentando-se o Bravery através de ataques com o círculo. Acrescentando a isto, temos um botão para
defender que no momento certo com pode ser usado com uma combinação
para fazer um desvio. Este sistema de combate funciona bastante bem e
traz um spin diferente à mecânica de ataques fortes e fracos sem os
usar dessa forma, podendo também ser adaptado a vários estilos
tornando-o bastante versátil. Ainda temos um modo Ex, um modo especial
que pode ser ativado para dar uma vantagem na batalha, como dar um
ataque final. Para acabar, podemos usar um personagem como assist que
pode ser usado de várias formas. De certa forma, o jogo faz-me
lembrar de um Super Smash Bros, mas diferente. As batalhas são
rápidas em termos de ação e os personagens são bastante móveis no
campo, com movimentos que nos deixam rapidamente aproximar do
adversário, o que impede a maior parte do tempo os combates de ficarem aborrecidos. Às
vezes parece mesmo uma luta saída de um anime onde vemos o lutadores a
combaterem no meio do ar. O elemento mais fraco do sistema de
combate para mim é alguns elementos rpg, como o sistema de níveis e
a colocação de equipamentos, que mesmo bem implementados ao estilo
de jogo ás vezes tornam-se um pouco incómodos. No que toca ao elemento RPG, ainda há
um modo de controlo alternativo em que controlamos as ações do
personagem através comandos num menu, que eu pessoalmente penso
que não funciona muito bem, mas é sempre uma alternativa.
Em termos de oferta de
modos de jogo, ainda há uns quantos, temos o modo história que
entretém durante um bocado, mas em algumas fases fica um pouco aborrecido
devido ao grind que se tem de fazer. Depois o modo arcade,
funciona como esperado e ainda um modo tipo exploração de
masmorras, um labirinto, que escolhemos um personagem e vamos
progredindo através dele enquanto lutamos com inimigos, contratamos
lutadores para a party e vamos ficando mais fortes, o que é bastante
interessante. Isto tudo sem contar com o multiplayer comum de um jogo
de luta, ou seja, é um fornecimento de modos bastante bom e com uma
grande coletânea de coisas para desbloquear incluindo um decente
número de lutadores e cenários.
Para acabar, acho que a
seleção de elementos dos vários jogos do franchise está muito boa, tanto nos cenários como nos lutadores.
Um ambiente fantasiado
Quando começamos a jogar
recebemos logo o sentimento que estamos a jogar um FF, aquela música
e introdução gritam isto mesmo. A música sem dúvida que é o melhor
aspecto do jogo, ao retirar temas de tantas bandas sonoras
fantásticas o resultado final é brilhante, mesmo quando juntamos as
músicas originais do jogo.
Em relação ao aspecto
visual, é bom, mas devido a encontrar-se na PSP, sofreu um pouco.
Como disse, o resultado final é aceitável e o jogo tem tudo menos de
feio, mas deixa um pouco a desejar. E às vezes parece mesmo que a
imagem tem pouca qualidade o que me deixa triste. No final, quando
estamos a meio de uma luta não afeta tanto.
A Fantasia Final
Quando quis experimentar
este jogo, não sabia bem o que esperar, apenas que seria um jogo de
luta inspirado em FF. No final, não me arrependo nada de ter jogado
este jogo, mesmo que a história me tenha aborrecido um pouco, devido
ao grind que tive que fazer, mas não posso dizer que não me diverti a
jogar este jogo. Posso dizer que é um jogo com um bom gameplay, que
se for bem utilizado pode ser ainda melhor, que beneficiaria
enormemente de um upgrade nos visuais, e que me deixou ainda com
melhor apreciação ao franchise.
Posso recomendar a
pessoas que gostem de um bom jogo de luta como uma boa distração, e
especialmente a fãs da série (que provavelmente já jogaram), sendo
um óptimo cross-over da mesma.
PS: Um trailer para o próximo jogo da série foi lançado há pouco tempo que pode ser visto no seguinte link para os interessados: https://www.youtube.com/watch?v=kbkraGvmzWE
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