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domingo, agosto 10, 2014

Análise: Transformers Fall of Cybertron

Analisado por Redhellc



A aventura em Cybertron continua
Fall of Cybertron é a sequela direta do jogo War for Cybertron, desenvolvido pelo mesmo estúdio, High Moon Studios, e publicado pela Activision. O seu lançamento foi em 2012 para a PS3, Xbox 360 e PC. Não só é uma sequela direta, mas os seus eventos são passados logo a seguir ao final do antecessor.
Quando ouvíamos os criadores do jogo falar, parecia que tinham em mente fazer um jogo ainda maior e melhor que o anterior, ou seja, aquilo que uma sequela deve fazer. A questão é se este jogo oferece aquilo que os criadores queriam.


A queda de um mundo
Com a destruição da estação dos Decepticons que fornecia Dark Energon, Cybertron pode finalmente começar a regenerar, mas no tempo que demorará a fazê-lo toda a população de Transformers morreria com a falta de recursos que o planeta não vai conseguir produzir. Sendo assim, o jogo começa com a tentativa de refúgio dos Autobots para outro planeta com recursos para sobreviverem numa enorme nave espacial chamada de Ark. Ao tentar fazê-lo, são intercetados pelos Decepticons que tentam evitar a fuga dos Autobots. Pouco depois somos levados para trás no tempo para reviver os últimos momentos dos Transformers no planeta e a sua luta para arranjar energia suficiente para escapar do planeta. Começando com um ataque dos Decepticons à Ark dos Autobots e temos que defendê-la no comando de Optimus Prime. Também sabemos do desaparecimento de uma equipa de Autobots liderada por Grimlock que depois será um ponto de foco mais à frente na história. E a história continua até ao ponto em que começamos o jogo, contando os eventos que se passaram até lá.
A história tenta sem dúvida parecer mais épica que no primeiro jogo, se bem que a escala do primeiro já estava bastante boa. A forma de progressão foi ligeiramente alterada, temos a campanha divida em secções de Autobots e Decepticons, mas desta vez temos apenas uma ordem de definida não oferecendo escolha entre as duas. Penso que é um passo atrás nas opções de escolha, mas nada que afete a qualidade da história. Aliás, eu penso que a história em si está muito boa, com um aumento na forma como a história progride ao longo do níveis e nas seções que são possíveis observar durante os mesmos. A qualidade das vozes continua muito boa e o mesmo se pode dizer pelo diálogo entre as personagens.


Transformando de novo
O gameplay do jogo está basicamente o mesmo, mas com umas pequenas alterações como a remoção do duplo salto e a adição de um modo de correr. Estas pequenas adições dão outras opções de controlo, sem dúvida, mas penso serem um pouco desnecessárias tendo em conta o primeiro jogo. A adição de uma forma de mudar a arma de mão mudando assim a perspetiva da câmara é no entanto bem-vinda. A forma de transformação continua praticamente igual, apenas com a adição de um pequeno boost de velocidade, o que me dá pena pois estava à espera de uma melhoria nestes, como, por exemplo, nos veículos aéreos. Se bem que este jogo oferece outras formas de transformação e combate para certos transformers, como o eventual Dinobot Grimlock. Este funciona com um combate de melee, que está pouco aprofundado e o torna um pouco repetitivo, e verdade que ainda nos podemos transformar num Tiranossauro robótico, mas este é tão preso que nem isso dá muito mais gosto à coisa. Aliás, diverti-me mais com combate melee do robô gigante dos Decepticons, Bruticus, que me ofereceu aquilo que o Grimlock não deu, pura destruição.
Com estas alterações podem dizer, bem, o jogo parece ainda mais variado que o anterior. A verdade é: sim e não. Em termos de gameplay, sim, mas no que toca às ações que fazemos nos jogo são muito pouco variadas, onde partes de níveis são parecidas, tal como vários objetivos. A ausência de bosses como no primeiro jogo faz parte disso também. Aliás, muitos “bosses” são apenas arenas de combate onde temos de derrotar todos os inimigos. Dá forma a algumas cenas lúdricas, como o Transformer inimigo que queremos está atrás de uma barreira e derrotando todos os inimigos à volta tira as forças a estes, tipo quê? Quero de volta aquelas batalhas épicas do primeiro jogo. E isto é sem falar no boss final deste jogo, anti-climático é a melhor palavra para o descrever. No final, todo o jogo ao tentar parecer maior e mais épico, só o fez mais lento e algumas vezes aborrecido. Da forma que alguns níveis estão feitos parecem maratonas e toda a ação está demasiado espalhada. Isto faz-me perceber o porquê de algumas mudanças nos controlos, mas mesmo assim não fazem o melhor trabalho a ajudar atravessar os níveis de uma forma divertida. Claro que muitos níveis têm seções muito boas e alguns inimigos são interessantes, mas isto não chega para contrariar o facto do jogo me aborrecer mais que o primeiro.
Em termos de multiplayer, não há muito a dizer, pois este é similar ao primeiro jogo. Mas a maior customização de personagens é louvável. Se bem que este não oferece a opção de jogar a campanha em co-op, o que é um passo atrás. E se estão a espera de alguma forma de local multiplayer, estão com azar outra vez, pois este não contém esta opção, tal como o primeiro jogo.


Uma nova pintura
O ambiente em si do jogo parece ter sido atualizado, onde oferece mais variação comparado com o primeiro. Isto ajuda, sem dúvida, a destacar o jogo do primeiro, e consegue oferecer o sentimento épico que os criadores criam. Pena que isso tenha sido às custas de uns gráficos um pouco menos impressionantes, especialmente no que toca às texturas, ainda estão piores que o primeiro. E sinceramente, os designs dos robôs estão um pouco menos interessantes que no primeiro jogo.
Uma coisa que o jogo anterior conseguia fazer era manter a ação nos níveis sem ser preciso parar para fazer loading, usando ideias interessantes do fazer, mas neste jogo, mesmo quando tenta fazer o mesmo, o jogo pára de qualquer forma para fazer um loading. Penso que isto estraga um pouco a apresentação cortando sequências de acção, fazendo-as parecer desnecessárias, pois falham o seu objectivo.
Em termos de banda sonora, posso dizer que se encontra praticamente ao mesmo nível da primeira. Não tenho muito mais a acrescentar para além do que disse na última análise. As músicas são boas e adequam-se bem ao jogo.


Nem tudo é o que parece
Infelizmente, vi as minhas expetativas para este jogo não correspondidas, especialmente depois de jogar o primeiro jogo mesmo antes de começar este. Em termos de história está bastante bom, mas algumas decisões feitas em relação ao gameplay fá-lo um pouco inferior ao jogo anterior, sendo um pouco mais aborrecido. A apresentação está mais ou menos ao mesmo nível, tendo em conta o objetivo dos criadores de tornar a aventura mais épica. Sendo assim, penso que fizeram um trabalho decente.
No final, o jogo não é mau, nem pensar, penso apenas que criou certas expectativas que não conseguiu cumprir. E ao tentar ser um jogo maior que o seu antecessor, ficou um pouco para trás na qualidade. Mas consigo aconselhá-lo para pessoas que gostam de shooters em terceira pessoa e de Transformers, nem que seja pela história em si.

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