Análise: Cloudbuilt
Analisado por Redhellc
Saltando para a ação
Lançado para o PC em Março deste ano pela
Rising Star Games e desenvolvido pela Coilworks, Cloubuilt é um jogo de
plataformas e ação onde o foco é numa mecânica de parkour. Para progredir no jogo, é muito simples: completar uma
série de níveis onde o objetivo é chegar ao final de cada um, atravessando
obstáculos e afins da melhor forma que o jogador conseguir.
Eu devo dizer que peguei neste jogo um
pouco ao acaso e, depois de o jogar, decidi que merecia uma análise minha,
mesmo os jogos Indie não serem o meu forte. Mas só isso significa alguma coisa
do jogo, como poderão ler em seguida.
Vários caminhos, diferentes destinos
Tal como muitos outros jogos Indie, a
história não é o foco do jogo, mas está lá para quem quiser procurar por ela
como um outro desafio. O que eu quero dizer com isto? Bem, a história é contada
por monólogos e auto-realizações da personagem principal, uma rapariga soldado
que ficou gravemente ferida num evento com os seus companheiros. Durante o jogo
esta encontra-se uma espécie de instalação, onde estas… “experiências” estão a
acontecer. O objetivo dessas “experiências” vai de acordo com o que o jogador
quiser, à medida que o jogo vai avançando pode-se escolher o caminho que
queremos seguir de acordo com a lógica que a personagem tenta fazer daquilo. Ou
seja, o jogador vai descobrindo estes fenómenos e a lutas interiores da
personagem ao longo do jogo, culminando em quatro possíveis finais.
Posso dizer que apreciei bastante esta
forma de progressão na história e gosto de opção de escolhas que o jogo dá, e
de ver as várias formas como a personagem reage a essa “experiências”, ao mesmo
tempo que descobrimos mais sobre a rapariga, a sua vida, os seus ideais e
sonhos. Fez-me recordar bastante de uma outra personagem, Samus Aran do jogo Metroid,
onde sinto o mesmo espírito vindo desta personagem, e a sensação de descoberta
e surpresa que esse jogo deu. Ajuda também a demonstrar como o Other M falhou a
representar a Samus.
Atravessando o horizonte
O jogo foca-se, como já disse, num estilo
de platformer parkour em terceira
pessoa, com alguns movimentos dos quais temos que fazer uso de para nos
movimentarmos pelos níveis. Posso dizer já que o que brilha mais no jogo é o design dos níveis, que nos dá várias
formas de os atravessar e até proporciona a criação de um caminho próprio. Esta
é umas das coisas que eu gosto mais, a possibilidade de pensar um pouco e criar
o caminho mais rápido ou seguro que conseguirmos fazer. O meu único problema
com o design dos níveis é o facto de
não perdoarem muitos erros. O jogo sendo baseado um pouco também num estilo Trial and Error, o que por si não é mau,
não deixa muitos espaços para erros em muitas situações devido aos níveis
estarem num constante Death Pit.
Dito isto, podem talvez concluir que o
jogo não é fácil, o que é em parte verdade. O jogo, a partir de alguns níveis,
deixa de dar a mão aos jogadores e começa exigir uma certa perícia para
manobrar através dos níveis. A sensação com que eu fiquei é que este é um jogo
que valoriza o tempo e a dedicação, quanto mais se jogar, melhor se fica nele
ao longo do tempo e o jogo fica ainda melhor por isso mesmo. O meu maior
problema com isto é o controlo da personagem que às vezes é um pouco sensível
demais e demora um pouco a habituar, e com uns níveis mais à frente no jogo,
nota-se que é um jogo que demora um pouco para se dominar completamente, mas
sem dúvida que compensa.
Por fim, ainda temos uma pequena arma que
podemos usar para nos ajudar a atravessar os níveis, pois estes não estão
vazios. Alguns inimigos e armadilhas existem pelos níveis, que podem ser lidados
com a nossa arma, mas em muitas situações podem ser evitados. O jogo valoriza o
atravessar do nível o mais rápido possível, por nalgumas situações é mesmo
melhor tentar ignorar tais inimigos. Mas verdade que alguns destes podem ser um
pouco irritantes, em parte por causa da mesma filosofia em cima referida, de Trial and Error.
Como um sonho
O ambiente do jogo é simplesmente brilhante
para mim, o uso de cel-shading faz o aspeto visual ficar lindo, como uma banda
desenhada espetacular, e os pormenores, como poder ver o resto do nível no
horizonte faz umas ótimas paisagens. Os efeitos visuais e animações também
estão bastante bons, dando um flare
ao jogo de uma forma fluida.
A música é maravilhosa, é uma das aquelas
bandas sonoras onde te faz imergir no jogo. Assenta estrondosamente com os
temas de cada nível, criando uma atmosfera calma e ao mesmo tempo desconhecida.
Chegando a um destino
Cloudbuilt é um daqueles jogos que depois
de o jogares ficas com uma sensação de que gostavas que mais jogos te pudessem
dar a mesma sensação que este te dá. A forma como conta a sua história é
diferente e interessante, o gameplay é
divertido, mas com umas pequenas falhas, e a sua atmosfera é sem dúvida espetacular.
O jogo surpreendeu-me na positiva, visto
quando peguei nele não pensava nada de especial do mesmo. Sem dúvida que
precisa de uns ajustes e talvez não seja para toda a gente, mas é um jogo que
pessoalmente recomendo. Claro que a produção não é tão grande como um jogo tipo
Mirror’s Edge, mas pessoalmente Cloudbuit sendo mais simples e pequeno deu-me
muito mais satisfação que jogos como esse.
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